A ARTE DO CÍRIO DE NAZARÉ
A Feira do Miriti é um dos eventos mais tradicionais do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, atualmente acontece na Praça Waldemar Henrique realizado pelo Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas do Pará (SEBRAE/PA) em parceria com a Asamab (Associação dos Produtores de Brinquedos e Artesanato em Miriti de Abaetetuba). O SEBRAE também promoveu simultaneamente no mesmo local a Feira do Círio, que chega à sua 13ª edição.
O miriti é tão leve tanto o isopor, nativo da Mãe natureza sendo uma palmeira esbelta e de grande porte (pode atingir até 35 metros de altura e 80 cm de diâmetro), comum na paisagem de áreas inundadas da região amazônica, as áreas de várzea. Do caule se extrai o refresco, o vinho, o palmito e o féculo. As talas servem para a construção de paneiros e das folhas são feitas redes. Dos frutos é extraído óleo comestível, também utilizado para amaciar e envernizar o couro.
A matéria-prima utilizada para o artesanato é o pecíolo (braço ou talo), haste de coloração clara, composta de tecido leve e esponjoso, colhido pelos ribeirinhos, povos que vivem nas margens dos rios amazônicos que fornecem para os artesões a preço de 30 reais cem braços.
Na feira que funcionou do dias 8 até 12 de outubro expôs peças feitas em formato de barcos e brinquedos, simbólicos que fazem parte do folclore paraense. Nesse ano a feira trás uma serie de novidades que vai de artigos como artesanato decorativo que trabalha com formas ligadas a elementos da cultura moderna composto de replicas e miniaturas de moveis, eletrodomésticos, etc.
Entre as 100 famílias que trabalham durante a feira do Miriti no periodo nazareno, estão a do Senhor Miguel Santos, 64 anos, que começou na arte aos 12 anos, uma brincadeira que começou a levar a serio aos 15 anos quando começou a trabalhar na feira, aprendiz do seu tio, hoje ele exporta seus produtos para fora do estado e tem ajuda da esposa, irmã e irmão na venda dos brinquedos. Seu Miguel relata que além da época de círio ele vende mais na oura feira do miriti que acontece em abril em Abaetetuba.
Seu Benedito comemora o sucesso nas vendas
Outro abaetetubense que vive da arte do miriti é Seu Manoel Benedito, 45 anos, que trabalha desde criança iniciado pelo pai, hoje vive da fabricação dos brinquedos, o artesão relata que trouxe 900 peças e que esse ano a feira está mais estruturada e com mais segurança. O produto mais vendido no estande de Seu Benedito foi o cavalinho de montaria.
A senhora Maria Jose que visita a feira pela segunda vez, diz que esse ano a feira está mais organizada, mas ressalta que o governo tem que investir mais na divulgação para melhorar na divulgação do trabalho de raiz da nossa região, o mais interessante para ela que a cada ano que passa a feira trás novidades como os artigos de decoração como a cortina feira do miriti como ela mesma mostra.
Já a professora Meri Cohen, 47 anos, vai a feira há vários anos, desde a época que ainda era na Praça do Carmo, com a sacola cheia de brinquedos de miriti, para ela compras na feira já é tradição familiar durante o Círio.
A produção dos produtos de miriti é uma atividade ecologicamente correta, ou seja, não é uma atividade predatória é sim sustentável uma vez que a palmeira é mantida viva e crescendo.
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